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Catherine Booth: pregadora da santidade

Atualizado: 1 de jun. de 2022

Nasceu em 17 de janeiro de 1829, em Derbyshire, Inglaterra. Foi criada em um lar metodista, tendo tido sua educação em casa; Catherine leu a Bíblia inteira oito vezes, isto tudo antes de completar os doze anos. Estava, portanto, bem familiarizada com as história bíblicas, tanto quanto sua linguagem e doutrina.

Quando sua família se mudou para Londres, em 1852, Catherine conheceu um leigo pregador metodista chamado Willian Booth. Ficaram noivos no ano que se conheceram e se casaram em 16 de junho de 1855. Juntos formaram seu ministério em East London focado no auxílio evangelístico nas ruas, chamado de "Missão Cristã". Essa missão evoluiu para o Exército de Salvação, em 1878.

Na época em que Catherine faleceu, em 1890, o Exército de Salvação já realizava trabalhos em toda a Grã-Bretanha, Austrália, Nova Zelândia, Índia, Canadá, Estados Unidos e vários países europeus. Catherine, apesar de não ter sido ordenada por nenhuma denominação, foi reconhecida por seus seguidores como a "Mãe do Exército", e sua autoridade veio através de seus dons de pregação, ensino, escrita e administração.


Início da Carreira

Começou seu ofício de pregadora em 1860, na segunda nomeação de seu marido na New Connexion, em Gateshead. Entretanto, durante muito tempo Catherine reprimiu esse chamado, até que em um dia, quando William acabara de terminar seu sermão de domingo, Catherine se levantou da primeira fileira e foi até o púlpito. Seu marido ficou surpreso e perguntou "Qual é o problema, minha querida?", e ela disse: "Eu quero dizer uma palavra". A reação dele foi falar à igreja "Minha querida esposa quer dizer uma palavra". Ali, Catherine confessou a Igreja o quanto estava em desobediência em não seguir a visão celestial de pregar. "Eu ouso dizer que muitos de vocês têm me encarado como uma mulher muito devota e que tem vivido fielmente a Deus, mas eu vim a saber que tenho vivido em desobediência e, nessa medida, eu trouxe escuridão e improdutividade para a minha alma".

Semanas depois de ela ter feito seu primeiro sermão, William Booth ficou doente, ela não apenas cumpriu seu próprios compromissos de pregação, como também todos os de seu marido. E assim se inicia o ministério de Catherine Booth; uma carreira que duraria quase trinta anos até sua morte em 4 de outubro de 1890.


Defesa da pregação feminina: autoridade bíblica

No século 19, a mulher não tinha voz em diversos aspectos e, alguns questionavam a legitimidade de uma mulher pregando o evangelho. Para ela, as mulheres no ministério era um princípio bíblico, e a Bíblia dava a ela e às outras mulheres autoridade para pregar.

Antes mesmo de iniciar sua carreira, Catherine defendeu Phoebe Palmer, uma metodista norte-americana, de denúncias publicas de um pregador britânico chamado Arthur Augustus Rees, que dizia que as mulheres não deveriam pregar em um púlpito. Em 1859, Catherine escreveu um panfleto desafiando a oposição de Rees e no documento explanou a autoridade bíblica para as mulheres no ministério. Este panfleto de 32 páginas tinha por nome "Ensino feminino; ao Rev. A. A. Rees contra a Sra. Palmer, sendo uma resposta a um panfleto pelo cavalheiro acima mencionado no avivamento de Sunderland".

Catherine foi inspirada por mulheres que profetizaram no Antigo Testamento, mas que seus argumentos tinham como base o Novo Testamento. Ela estava convencida de que passagens como Gálatas 3:28 forneciam justificativa bíblica e teológica para as mulheres no ministério. Ela escreveu: "Se esta passagem não ensina que nos privilégios, deveres e responsabilidades do Reino de Cristo todas as diferenças, casta e sexo são abolidas, gostaríamos de saber o que ela ensina e para que foi escrita". Catherine Booth viu essa passagem como lidando não apenas com a promessa de salvação para todas as pessoas, mas também com a vida em Cristo como aqueles que são salvos para o trabalho do Reino.


Foco de sua pregação: santidade cristã

Catherine concentrou sua teologia na santidade mais do que em qualquer outra doutrina, sendo esta, fundamental para a mensagem do evangelho. A pregação de Catherine sobre a santidade frequentemente começava com uma exposição do pecado que dominou o coração humano desde a queda da humanidade, e a necessidade de os crentes terem a certeza que foram libertos do pecado no momento de sua conversão. No entanto, isso é apenas o começo da peregrinação cristã, e a santificação pela fé vai além da justificação, salvando o crente do pecado contínuo e mortal.

À medida que o cristãos progride e se move em direção à restauração da imagem de Cristo em sua vida, há a consciência crescente de que a libertação do pecado é uma possibilidade, e amar a Deus e amar o próximo se torna a marca do crente

Depois que Catherine convencia seus ouvintes do pecado, mostrava o caminha da redenção e as promessas de Deus após a salvação, ela voltava a insistir na sua mensagem e chamava seus ouvintes para a vida mais elevada do amor santo.


Excerto de um sermão: discursos sobre a santidade em Exeter Hall, 1881


"Eu acho que deve ser óbvio que a questão mais importante que pode possivelmente ocupar a mente do homem -o quão semelhante a Deus nós podemos ser - é quão perto de Deus nós podemos estar na Terra, em preparação para sermos perfeitamente como ele, e vivermos, por assim dizer, em seu próprio coração para sempre e sempre no céu. Qualquer pessoa que tenha alguma medida do Espírito de Deus deve perceber que essa é a questão mais importante na qual podemos concentrar nossos pensamentos; e o mistério dos mistérios para mim é como alguém, com qualquer medida do Espírito de Deus, pode ajudar a olhar para a bênção da santidade e dizer: "Bem, mesmo que pareça grande demais para a realização na Terra, é muito bonito e muito abençoado. Eu gostaria de poder alcançá-la". Isto, parece-me, deve ser a atitude de toda pessoa que tem o Espírito de Deus: deveria ter fome e sede, e sentir que nunca ficará satisfeita até que acorde na bela semelhança de seu Salvador. E, ainda assim, lamentavelmente, nós não achamos isso. Em muitos casos, a primeira coisa que os cristãos professos fazem é resistir e rejeitar essa doutrina da santidade como se fosse a coisa mais fétida do mundo.


Eu ouvi um cavalheiro dizendo há alguns dias - um líder em uma comunidade religiosa - que, se alguém fala sobre ser santo, mostra que não conhece nada de si mesmo e nada de Jesus Cristo. Eu disse: "Oh, meu Deus! Chegou-se ao cúmulo do absurdo de a santidade e Jesus Cristo serem opostos um do outro. Eu pensei que ele era o centro e a fonte da santidade. Eu pensava que era nele somente que poderíamos obter qualquer santidade, e através dele que a santidade poderia ser operada em nós". Mas esse pobre homem achou essa ideia absurda.

Que Deus fale por si mesmo! Desde que ouvi esse sentimento, tenho chorado das profundezas de minha alma: "Senhor, fala por ti mesmo; poderosamente trabalhe nos corações de teu povo e desperta-os. Tire o véu dos olhos deles e mostre a esse povo qual é o propósito deles em Cristo Jesus em relação a essa nação. Não os deixe confusos e a erra o alvo; não os deixe, mas antes, Senhor, revele isso em seus corações". Não há outro meio pelo qual isso possa ser revelado e, se você permitir, ele o revelará em seu coração."

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