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Filipenses - Panorama Geral


Contexto Histórico e Bíblico da Carta

Em atos 16 é relatado como foi implantada a igreja em Filipos. A igreja dos filipenses foi a primeira fundada na Europa em decorrência da segunda viagem missionária do apóstolo Paulo após ocorrer uma visão.

Esta cidade foi conquistada por Filipe II, pai de Alexandre, o Grande, em 360 a.C., batizando o local com seu nome, e a partir disso se tornou uma colônia grega. Porém, entre 168 e 167 a.C., a Macedônia foi conquistada por Roma. Ao decorrer da história romana nesta região, a cidade de Filipos acabou por se tornar uma colônia de veteranos, e por conta disso, Filipos obteve em sua característica cultural um forte sentimento nacionalista. Por existir este tipo de mentalidade por lá, os cidadãos filipenses eram muito voltados à uma devoção restrita ao imperador como sendo o senhor supremo e rei do mundo romano. Quando Paulo anunciou o evangelho em Filipos, no entanto, sofreu duras perseguições por conta da oposição à Jesus Cristo como verdadeiro rei do mundo. E quando partiu, a comunidade sofreu duros confrontos por causa desta verdade.

Paulo escreveu esta carta enquanto esteve preso, cerca de 62 d.C. O motivo do envio foi que a igreja de Filipos enviou sustento para o apóstolo por meio de um irmão da comunidade, chamado Epafrodito. Esse irmão foi de grande alegria no encarceramento de Paulo, e através desta provisão, o apóstolo sentiu a necessidade de agradecer.

Esta carta, diferente de alguma outras, não é uma exposição de alguma ideia a fim de combater algum tipo de problema específico dentro da comunidade em Filipos, mas ela é escrita reunindo diversos conceitos que desembocam em um ensinamento central, a saber, o poema cristológico no capítulo 2:6-11. Paulo organiza diversas reflexões em torno da máxima do poema. Toda aplicação prática ensinada pelo apóstolo se dá por conta da atitude de Cristo e de Sua exaltação em decorrência da obediência até a morte. Portanto, todo cristão deve ver sua própria história como uma continuação dos feitos de Cristo. A Igreja revive a mesma atitude que teve Cristo, isto é, humilhando-se e obedecendo a Deus.

Dessa forma, a carta aos filipenses é uma carta de agradecimento e amor expressados pelo apóstolo Paulo para a comunidade, contudo é também um chamado à imitação de Jesus Cristo; Paulo convida aos filipenses a uma vida de discipulado radical através do exemplo de Cristo e de quem Ele é como Rei.


Panorama da Carta


Capítulo 1 - Paulo inicia a carta com oração de gratidão pela vida dos filipenses. Ele sabe que eles são seus cooperadores na expansão das boas-novas. O apóstolo diz que há uma boa obra que foi iniciada na Igreja, e quando Cristo voltar esta obra será completada. A obra que Deus realiza nos filipenses tem feito com que esta comunidade participe de tudo quanto Paulo está fazendo em seu ministério. Os filipenses ajudam Paulo na prisão como também em defender o evangelho. A oração de Paulo é para que os filipenses continuem a perseverar nesta obra para a glória de Deus.

Ainda no capítulo 1, Paulo diz que mesmo preso, o evangelho continua sendo anunciado, e ainda mais revigorado. O apóstolo não tinha sua vida como a mais importante, antes, sabia que pra onde quer que fosse, Jesus seria anunciado e glorificado. Paulo não esmureceu até diante da morte na prisão: não sabia o que preferir, partir e estar com Cristo ou viver para que a Igreja continue se desenvolvendo. Uma vida digna, Paulo conclui, é aquela que vivemos para Cristo independente das circunstâncias.


Capítulo 2 - Neste capítulo, Paulo exemplifica o modo como devemos viver para Cristo, ou seja, o modo como devemos imitá-lo: não considerando nossa vida mais importante que a dos outros, antes, servindo à todos, buscando não apenas nossos interesses, mas preocupando-se com os interesses alheios.

A partir do verso 5, o apóstolo cita o poema que é basicamente a história do evangelho de forma condensada. Este poema está intrinsicamente ligado à história da Queda e do Servo sofredor de Isaías (explicado na lição 3, sobre o capítulo 2 da carta). Em seguida, o poema relata o motivo de tudo que Jesus passou: para que todos reconheçam Sua soberania.

O capítulo prossegue em fazer uma aplicação prática para a vida dos filipenses e cita dois irmãos que são exemplos visíveis do que é ser um participante da vida de Cristo: Timóteo e Epafrodito.


Capítulo 3 - Paulo adverte sobre as doutrinas judaizantes, semelhantes àquelas de Gálatas. Alguns se gloriavam destes ensinos, buscando se justificar por meio das obras. Em contrapartida, o apóstolo descreve seu passado como fariseu, dizendo que ele mesmo era zeloso quanto o cumprimento da lei, contudo, Cristo é o cumprimento da lei, mostrando que a justificação vem pela fé na obra de Jesus. Paulo ensina que os filipenses devem continuar firmes rumo à salvação, andando coerentemente com o que já aprenderam de Cristo, ou seja, não voltar à prática da lei como um meio de se salvar, mas buscando cumprir os mandamentos de Jesus pelo Espírito (Rm 8:4),


Capítulo 4 - Esta carta é a da alegria pelo fato de que independente das circunstâncias, o cristão sabe que há uma esperança: o Senhor virá em breve (v.5). Os irmãos de Filipos também era a alegria de Paulo. Eles tinham um vínculo muito forte, pois foi uma igreja que contribuiu para que a prisão de Paulo não foi tão pesada quanto é uma prisão. Esta carta, e especificamente este capítulo, mostra-nos que o cristão que segue a palavra do Senhor mantém sua saúde mental em bom estado, e portanto, experimenta a paz que ao olhar humano não se compreende, visto que, qualquer pessoa em situação de falta se desesperaria, o cristão deve permanecer confiante de que Deus supre suas necessidades. Paulo conforta aos irmãos filipenses dizendo para concentrarem-se nas boas dádivas e também continuarem a praticarem aquilo que foi ensinado pelo apóstolo. Ele conclui esse raciocínio com seu argumento máximo: Paulo aprendeu o segredo de viver em qualquer situação: Cristo lhe dá forças para suportar qualquer adversidade.


Conclusão

A carta aos filipenses mostra como são os pensamentos e coração do apóstolo, pois ele se vê como um seguidor do exemplo de Cristo, e portanto, seu desejo é de que os filipenses o imitem. Como Jesus se tornou servo e obediente, Paulo buscou dar continuidade à História de Jesus aqui na Terra e convocou seus irmãos filipenses a fazer o mesmo. Como é importante que uma comunidade viva Jesus e o conheça pessoalmente, a ponto de anular suas próprias vontades para o desenvolvimento do próximo.



Neste panorama, percebemos que a carta aos filipenses é uma carta de amor à Igreja, consequentemente nossos irmãos, e como devemos seguir o exemplo de Cristo em se doar para o outro.


Que possamos refletir se temos vividos para nós mesmo em detrimento do bem-estar do meu irmão, e buscar sempre aliviar o peso das costas do meu próximo.

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